Criados em 2000, os primeiros Desenhos brancos em madeira eram formados por sulcos numa superfície plana, ou por finas ripas em relevo sobre essa superfície, sugerindo perspectivas abstratas e espaços geométricos que se confundem com o plano real do desenho. Como para esculturas, a luz tem papel preponderante na apreensão desses trabalhos – com o deslocamento do olhar, o relevo branco (linha) desaparece sobre o plano e apenas as sombras dão visibilidade ao desenho. Esses trabalhos se apresentam no limiar entre desenho e escultura, entre serem representações de propostas espaciais e realidades tridimensionais propriamente ditas.



"Perpassa a poética de Edu Coimbra a ideia de que ao sobrepormos a linguagem ao mundo, termina-se por efetuar uma inevitável confusão entre ambos os termos. Este é o caso dos Desenhos em branco cujas linhas são feitas a partir de pequenas ripas de madeira. A idealidade do branco e da geometria não chega a impedir seu desejo de ganhar corpo. O desenho, no geral construções imprevistas, opções geométricas absurdas desde que cotejadas às normas de representação, converte-se em coisa, objeto tangível." (Agnaldo Farias)