Nuvem • 2008/2013

impressão em lona translúcida, estrutura de ferro, lâmpada fluorescente, espelho
cada elemento: 470 x 470 x 48 cm; conjunto: 470 X 470 X 1180 cm


Nuvem é um elemento escultórico cuja escala o torna uma presença acentuada na paisagem urbana. É composto por cinco grandes caixas de luz com imagens fotográficas nas duas faces maiores. As imagens fotográficas, tomadas originalmente de uma nuvem em expansão, são posicionadas em paralelo e sugerem a aparição de uma grande nuvem fatiada em cinco partes. As faces laterais das caixas são cobertas por espelhos fazendo com que percam peso e volume, restando apenas a presença luminosa das imagens fotográficas. As caixas são instaladas paralelamente em sequência, com um intervalo de dois metros entre si.

Sua escala possibilita que Nuvem seja visível tanto para pedestres como para passantes pelo fluxo de veículos. Sua instalação é, portanto, tão importante quanto sua própria constituição enquanto objeto – a direção de seu eixo está diretamente relacionada com o movimento dos espectadores, estabelecendo conexões com a arquitetura e o fluxo urbano.



"A Nuvem é, de fato, um composto heterogêneo que se aglutina mediante a presença fugidia do transeunte. Ela existe simultaneamente como sequência de módulos individualizados e como forma maior na qual os backlights se integram por meio da luz emanada de seu interior, ocupando os vãos existentes entre eles. É o ingresso do espectador neste campo dúplice, que acaba por integrar e cortar aquela entidade por um único e mesmo gesto – atravessá-la –, fazendo-a ser tanto nuvem quanto nuvens." (Guilherme Bueno)

"O atravessamento físico da imagem traz consigo outra inversão nascida deste processo de transferência de materialidades visuais: se as nuvens se movem soltas no céu, aqui elas são estáticas, quase monumentais, quem se desloca é o espectador e, pode-se acrescentar, é este trânsito que ativa o trabalho, tal como, numa comparação feita pelo artista, o avião as fura no alto." (G. B.)