Esculturas • 2013/2014

Esculturas é uma série de trabalhos formados pelo empilhamento de vários cubos com lados de diferentes dimensões: 2 m, 1 m e 0,5 m. Sem duas faces frontais, os cubos têm em seu interior espaços para serem ocupados pelo público, convidando os visitantes a criar percursos dentro, entre e sobre os elementos. As faces dos cubos podem ser inteiramente brancas, pretas ou listradas de branco e preto. Dependendo do espaço onde será instalada, a Escultura pode adquirir várias formas e contar com quantidades diferentes de elementos.



"Nas duas Esculturas (Praça Tiradentes, Rio), a paisagem funde-se à obra. Todo o entorno é ativado pela escultura pelo simples fato de ela ser uma estrutura que é atravessada pelo olhar. O seu volume é “preenchido” pelo vazio, que nesse caso é o próprio espaço de apropriação e experimentação do público. É ali que a escultura é moldada por ações tão díspares quanto transformar-se num cômodo ou servir como um anteparo para brincadeiras. É o momento em que o espaço social e o político se fundem ao mesmo tempo em que se revela uma das mais significativas contribuições que a obra de Coimbra traz para o repertório da arte." (Felipe Scovino)

"A primeira incursão de Eduardo Coimbra pelo campo da metafísica da presença arquitetônica se deu quando, em setembro de 2013, colocou de pé (na Praça Tiradentes, Centro do Rio de Janeiro) duas esculturas de caráter eminentemente arquitetônico. Não me refiro apenas ao fato de que se assemelhavam às formas prismáticas da arquitetura funcionalista; ou que suas medidas correspondiam às de uma pequena edificação. Penso sobretudo em como suas unidades ou células espaciais (definidas por cubos metálicos parcialmente vazados) emulavam por regra espaços tipicamente arquitetônicos; como seus elementos construtivos básicos também se equiparavam aos componentes mais elementares da arquitetura: piso, parede e teto; como tudo aquilo parecia ter sido projetado e construído de molde a abrigar todas aquelas pessoas que, a qualquer hora do dia e da noite, sentissem vontade, ou mesmo necessidade, de adentrar aqueles espaços e ali deitar, descansar, dormir." (Otavio Leonidio)